A história do Mineirão começou na década de 60 e, desde então, o estádio se tornou um dos templos do futebol brasileiro.
Oficialmente intitulado Estádio Governador Magalhães Pinto e também conhecido como “Gigante da Pampulha”, o local se tornou a casa do Cruzeiro Esporte Clube, mas outros times mineiros e, até mesmo de outros estados, tiveram momentos marcantes por lá.
Vem com o Roteiro por Estádios para saber mais!
Onde fica e como chegar no Mineirão
Visão do Mineirão
Como o próprio nome indica, o estádio Mineirão fica em Minas Gerais, mais precisamente na Av. Antônio Abrahão Caram, 1001 no bairro de São José em Belo Horizonte.
Para chegar ao estádio, os torcedores podem contar com mais de 5 opções de linhas de ônibus que passam pelo entorno.
Quem prefere ir de carro, tem como opção o estacionamento interno do próprio estádio. São cerca de 2.800 vagas e os agentes de trânsito estão sempre disponíveis para informar sobre a lotação.
A bicicleta é outro meio de transporte que é super bem-vindo. Existem dois bicicletários gratuitos que totalizam 98 vagas, um fica na Esplanada Sul (entrada pela Av. Carlos Luz) e o outro no Estacionamento G1 coberto (entrada pela Av. Antônio Abrahão Caram).
História do Mineirão
Uma ideia gigante
Construção do Mineirão
Muito tempo antes da inauguração, nos anos 40, já existia o desejo de construir um campo que estivesse à altura da evolução que o futebol mineiro estava tendo.
Na época, os principais times de Belo Horizonte já tinham suas casas, mas nenhuma comportava mais de 15 mil torcedores. O América tinha o Estádio Otacílio Negrão de Lima, o Atlético possuía o Estádio Antônio Carlos e, por fim, o Estádio Juscelino Kubitschek era do Cruzeiro.
No fim da década de 40, Belo Horizonte passou a ser uma das sedes da Copa do Mundo de 1950 e, certamente, precisaria de um estádio que fizesse jus ao evento.
Sendo assim, o extinto clube Sete de Setembro ficou responsável por comandar as obras e o Estádio Independência quase não ficou pronto a tempo.
Apesar de ter sido palco de jogos da Copa, o Independência não conseguiu garantir a empolgação do público por um longo período, pois sua capacidade de 30.000 pessoas não era suficiente para as grandes torcidas.
A partir disso, retomaram as movimentações para construir um estádio ainda maior em Belo Horizonte. O terreno escolhido ficava na Pampulha e a ideia era fazer algo gigante, com capacidade para 100 mil pessoas.
Finalmente, em 1960, as obras do estádio começaram e foram 5 anos de crises financeiras, alterações no orçamento e dificuldade em encontrar mão de obra especializada. Apesar disso, o objetivo seguiu firme e a inauguração do “Estádio Minas Gerais” aconteceu em 1965 com capacidade para 130.000 pessoas.
Os primeiros anos
Para a inauguração oficial, o Estádio Minas Gerais recebeu uma partida entre a Seleção Mineira e o River Plate (Argentina) em 5 de setembro de 1965.
Cerca de 73.201 pessoas viram o time da casa vencer por 1 a 0. Além disso, acompanharam uma festa que teve música, fogos e até paraquedistas.
Em 7 de setembro do mesmo ano, data da Independência do Brasil, a equipe do Palmeiras vestiu a camisa da Seleção Brasileira para um amistoso contra o Uruguai. A primeira partida da Seleção nacional no estádio contou com a vitória por 3 a 0.
Ainda em 1965, aconteceu não só o primeiro clássico entre Cruzeiro e Atlético no Mineirão, como também um dos mais polêmicos. A Raposa vencia por 1 a 0 e, aos 34 minutos do 2º tempo, parte da diretoria atleticana alegou a marcação irregular de um pênalti e invadiu o campo.
Ao passo que o caos ficou generalizado e vários jogadores foram expulsos, o Galo abandonou a partida e o Cruzeiro acabou ficando com o título mineiro, dando início ao que ficou conhecido como a “Era Mineirão”.
Assim que o ano seguinte começou, uma lei alterou o nome do Estádio para Governador Magalhães Pinto que permanece até hoje. Ainda em 1966, dessa vez em setembro, o Cruzeiro surpreendeu o Brasil inteiro ao golear o Santos de Pelé por 6 a 2 no primeiro jogo decisivo da Taça Brasil.
Os anos seguintes também tiveram partidas importantes, com destaque para a vitória do Cruzeiro sobre o Atlético por 2 a 1 em setembro de 1969, onde foi registrado o maior público da história do clássico (97.928 pagantes) e o empate em 0 a 0 entre Cruzeiro e Bayern pelo Mundial Interclubes de 1976.
A Era Mineirão
Cruzeiro campeão da Libertadores de 97 no Mineirão
Sem dúvida, a história do campeonato mineiro pode ser dividida em antes e depois da construção do Mineirão.
Afinal, o novo estádio em Belo Horizonte fez parte do crescimento do Cruzeiro, o time mais jovem da cidade. Depois de vencer o Santos na Taça Brasil de 1966, o clube logo passou a colecionar títulos nacionais e internacionais.
Além disso, tanto o Cruzeiro quanto o Atlético disputaram 3 finais da Libertadores no Estádio. Sendo uma vitória em 1997 e uma derrota em 2009 para a Raposa e uma vitória em 2013 para o Galo.
O Mineirão também foi palco de 4 títulos cruzeirenses na Copa do Brasil (1993, 2000, 2003 e 2017), o bicampeonato do Atlético na Copa Conmebol (1997) e a Recopa Sul-Americana de 2014, também do Galo.
A importância do estádio para o futebol mineiro é tão grande que, em 12 de agosto de 2003, o mesmo foi tombado como Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte.
Reformas e infraestrutura
Obras no Mineirão para a Copa do Mundo
O Mineirão passou por diversas reformas entre os anos de 1996 e 2003. No primeiro ano, o estádio chegou a ficar fechado por 5 meses para a troca do gramado.
Na sequência, substituíram os sistemas de drenagem e irrigação, adicionaram mais iluminação e placar eletrônico. Também instalaram pilares de sustentação na arquibancada e fizeram melhorias nos vestiários.
Para sediar um jogo entre Brasil e Argentina para as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2006, a FIFA exigiu que o setor das arquibancadas superiores fosse coberto por cadeiras numeradas e assim foi feito em 2004.
Sede da Copa do Mundo
Quando o Brasil foi escolhido como país-sede da Copa de 2014, a cidade de Belo Horizonte foi uma das pré-selecionadas para abrigar os jogos.
Em fevereiro de 2009, o governo do estado apresentou um projeto que visava a modernização do Mineirão, mas preservando a fachada original. No ano seguinte, o estádio foi fechado para reformas.
Esse processo ficou a cargo da Minas Arena, uma sociedade composta por três construtoras, que também se tornou responsável pela operação do estádio por 25 anos.
Foram colocadas cadeiras na arquibancada geral e a cobertura do teto foi ampliada para proteger os assentos da chuva. Na parte externa, o estacionamento foi ampliado e uma esplanada foi erguida ao redor do estádio para comportar mais de 65 mil pessoas e abrigar eventos.
Estima-se que a reforma para a Copa custou um pouco mais de R$666 milhões e, após as obras, a capacidade teve redução para 62.160 pessoas.
Após mais ou menos 3 anos de reformas, o Mineirão foi o segundo estádio da Copa a ser entregue, depois do Castelão (Fortaleza). A reabertura aconteceu em 21 de dezembro de 2012.
Cerca de 20 mil pessoas estiveram presentes na festa de reinauguração que contou com um show da banda Jota Quest que também é de Minas.
E é claro que o primeiro jogo após as reformas seria um clássico entre Atlético e Cruzeiro. A partida aconteceu no dia 3 de fevereiro de 2013 pelo Campeonato Mineiro.
Certamente, o que ninguém esperava é que o primeiro gol dessa nova fase seria um gol contra. O jogador Marcos Rocha, do Galo, acabou favorecendo o time cruzeirense que venceu a partida por 2 a 1.
Eventos que marcaram o Mineirão
Mineirão na derrota por 7×1 para Akemanha
No ano de 2013, o Mineirão sediou três partidas da Copa das Confederações. A primeira partida entre Nigéria 6 x 1 Taiti ficou marcada pelo gol de Jonathan Tehau. Apesar da derrota, ele marcou o primeiro gol da Seleção Taitiana fora da Oceania em um torneio da FIFA.
O segundo jogo foi Japão 1 x 2 México e o terceiro foi a semifinal entre Brasil e Uruguai, onde a Seleção Canarinho venceu por 2 a 1.
Em 2014, o Estádio recebeu seis jogos da Copa do Mundo, incluindo duas partidas na fase eliminatória. Infelizmente, o último jogo não traz boas lembranças aos brasileiros: foi a fatídica derrota de 7 a 1 para a Alemanha, evento que ficou conhecido como “Mineiraço”.
Dois anos depois, o Gigante da Pampulha recebeu 6 partidas do torneio feminino de futebol e 4 do masculino para os Jogos Olímpicos de Verão de 2016.
Além dos eventos esportivos, o local também foi (e continua sendo) palco de shows e festivais. Dentre tantos artistas, estão Kiss, Menudo, Elton John, Roger Waters, Paul McCartney, Beyoncé, Peal Jam, Foo Fighters e Aerosmith.
Também vale destacar aqui a relação da banda Skank com as despedidas no Mineirão. Além de ter origem mineira e o vocalista torcer para o Cruzeiro, a banda realizou o último show no estádio antes das reformas de 2010 e, em 2023, fizeram uma turnê de encerramento do grupo que também passou pelo estádio.
Os maiores públicos
Mineirão lotado na final do Campeonato Mineiro de 1997
Antes das grandes reformas, o maior público em uma partida de futebol foi na final do Campeonato Mineiro entre Cruzeiro e Villa Nova no dia 22 de junho de 1997. Foram 132.834 torcedores presentes.
O Mineirão também possui o marco de maior público na história da Libertadores envolvendo um time brasileiro: 106.853 pessoas compareceram na partida da final entre Cruzeiro e Sporting Cristal (Peru) também no ano de 1997.
Durante a Copa do Mundo de 2014, o público pagante foi de 58.141 pessoas. Infelizmente, eles contemplaram justamente a derrota brasileira de 7 a 1 para a Alemanha.
Após as reformas para atender o padrão FIFA, o novo recorde de público passou a ser de 61.573 torcedores. Na ocasião, eles conferiram o título de Campeão Brasileiro que o Atlético conquistou em 5 de dezembro de 2021.
Roteiro por Estádios no Mineirão
Eu morei em Belo Horizonte durante cinco anos e já visite o Gigante da Pampulha em algumas oportunidades. Entretanto, o registro para o Roteiro por Estádios foi em outubro de 2023.
A partida foi entre Cruzeiro e Flamengo pelo Campeonato Brasileiro e a torcida celeste marcou presença. Na ocasião, o Tite estreava como técnico pelo time carioca que acabou levando a vitória por 2 a 0.
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Até o próximo estádio!